Dois anos se passaram, mas a emoção ainda é a mesma…

Dois anos se passaram, mas a emoção ainda é a mesma… 

Dois anos se passaram desde a gravação do filme nacional “Oração do Amor Selvagem” com trilha de Zeca Baleiro e participação especial do Coral de Antônio Carlos SC.

Entre graves, agudos, sopranos, tenores e outros naipes musicais, o coral de Antônio Carlos ensaia há 13 anos na pequena cidade rural da Grande Florianópolis. A vida segue seu próprio ritmo no município com pouco mais de 7 mil habitantes. Ir à igreja, visitar parentes e cantar no coral são alguns dos passatempos do moradores, que levam uma vida tranquila, sem o agito dos grande centros. Sem shopping, ir ao cinema é programa pouco frequente, quando saem para as cidades vizinhas de São José e Florianópolis.

Sob o comando do regente Silvério Petri, o coral mantém um rotina de ensaios com muita dedicação. Os membro são pessoas comuns — donas de casa, aposentados, marceneiros — mas que vivem seu momento de fama desde que estrearam nas telonas em todo o país. O grupo ficou famoso, pelo menos em Antônio Carlos, pela participação no filme nacional Oração do Amor Selvagem, do diretor catarinense Chico Faganello, com trilha sonora de Zeca Baleiro, lançado no final de 2015.

A trama é inspirada livremente em fatos reais acontecidos em uma pequena cidade no interior de Santa Catarina entre 1979 e 1984, envolvendo preconceito e religião.

Há dois anos, as gravações do longa agitaram Antônio Carlos. O envolvimento da comunidade foi grande, sugerindo locações, emprestando suas casas, móveis, roupas e atuando como figurantes, até que surgiu o convite para o coral participar. O regente Silvério conta que o diretor precisava de algumas pessoas para uma cena de canto em uma Igreja:

— O Chico conversou comigo, daí eu perguntei pro pessoal do coral quem gostaria e poderia participar. Escolhi dois de cada naipe e mais um para tocar violão e começamos os ensaios, primeiros sozinhos, depois com o Zeca Baleiro — lembra.

Silvério diz que o maior desafio para ele e os colegas não foi cantar, mas manter a postura na filmagem, já que nunca tinham participado de nenhum filme antes e era preciso repetir a cena várias vezes com todos agindo naturalmente, sem poder olhar para as câmeras.

— Foram três dias para aparecer só uns minutinhos, a gente não tinha noção como era a fazer um filme. Mas deu muita satisfação ver o resultado final.

Os dois hinos cantados pelo coral de Antônio Carlos foram compostos por Zeca Baleiro especialmente para o filme, que enviou os áudios para o maestro e depois foi até Antônio Carlos para os ensaios e gravação das cenas com os coralistas.

Emoção de estreia

Na sessão especial para convidados do filme no cinema, em dezembro de 2015, grande parte dos participantes estiveram presentes e não esconderam a emoção ao se ver na telona. A dona de casa Clélia Scherer foi uma das mais empolgadas com a participação como coralista e figurante, além de ter emprestado vários objetos e roupas para a produção:

— Eles foram muitas vezes na minha casa. Tenho muitos móveis, louças antigas, que foram da minha vó e estavam há muito tempo guardadas, também roupas com mais de 40 anos. Quando me vi na tela do cinema até me emocionei, pois nunca imaginei algo assim. Foi muito bom participar — contou.

O marceneiro Alfredo Kons também ficou satisfeito com o resultado:

— Quando o maestro convidou não sabia que era tão demorado. Foram três dias filmando, mas valeu a pena ver a gente logo no começo do filme. Entramos para a história de Antônio Carlos — diz, sorrindo.

Apesar do trabalho duro, também sobrou um tempo para tietar os artistas. A coralista Delfina Schmttz conta que adorou conhecer pessoalmente os atores globais e o cantor Zeca Baleiro:

— A gente nunca tinha visto famosos em Antônio Carlos. O Zeca veio um dia antes e ensaiamos com ele. Foi muito legal, uma pessoa muito humilde, bati foto com ele — lembra.

Diretor elogiou atuação

O diretor do longa, Chico Faganello, explica que existia no roteiro uma cena com cantoria na Igreja e quando soube da existência de um coral bem estruturado em Antônio Carlos, conversou com Silvério sobre a participação:

— Eles foram muito abertos e ficaram entusiasmados. Construímos uma relação de confiança, todos ajudaram na produção mesmo sem ler o roteiro antes e se saíram tão bem que depois foram figurantes na cena final do filme, que é bem forte. Só tenho a agradecer a participação da cidade.

Um dos motivos da escolha de Antônio Carlos para a filmagem, explicar o diretor — além da proximidade com Florianópolis — foi justamente as características das pessoas locais, que tem uma forte cultura de preservação da memória familiar, preservando objetos e locais.

Chico conta que está tratando com a Secretaria de Educação da cidade para fazer uma exibição do filme, já que nem todos conseguiram ir aos cinemas para assistir. O longa também entra na programação da televisão fechada ainda no primeiro semestre de 2016.

A população de Antônio Carlos (SC) se sente feliz, honrada e orgulhosa pela forma como foi prestigiada no filme de grande sucesso “Oração do Amor Selvagem” lançado em 2015 e hoje, pode-se afirmar seguramente. A cada dia, cada ano que passa, “Coral POESIS” fica mais celebre, ganha mais admiradores e firma cada vez mais seu nome na história do município da Região da Grande Florianópolis e no coração de seus fãs.

Por: Euclides Kerntopf, Assessor de Comunicação do Poder Executivo de Antônio Carlos SC. Fonte: Diário Catarinense. Fotos: Sabrina Bertolini / Divulgação e Diorgenes Pandini / Agencia RBS.