Descaso com a cultura

O que era para ser um museu e guardar parte da história de Antônio Carlos hoje não passa de um local abandonado, coberto de pó e mofo, ainda com marcas das enchentes de 2008 e 2010. O Museu Municipal, no subsolo da sede da Prefeitura Municipal, guardava importante acervo histórico-cultural, em especial pertences do Cônego Dr. Raulino Reitz, expoente da pesquisa botânica em Santa Catarina e no Brasil, que foram doados por famílias tradicionais da região. Mesmo em local não apropriado, o museu era procurado por historiadores, estudiosos, professores e alunos que hoje lastimam o descaso nos últimos anos daqueles que deveriam zelar pela cultura.Parte significativa das fotos foi perdida, além de alguns livros danificados. Segundo Amilton Gonçalves, especialista em recuperação de documentos, se todo este material tivesse sido recolhido e devidamente limpo e guardado em condições ideais, logo após a primeira enchente, grande parte poderia ter sido recuperada. O prefeito Antonio Paulo Remor e o secretário da Educação e Cultura, Altamiro Kretzer, estão solicitando apoio de órgãos estaduais e federais para recuperar o que ainda for possível do acervo do museu. Na Assembleia Legislativa eles solicitaram ao presidente, deputado Joares Ponticelli, que os técnicos que atuam no Centro de Memória, vinculado a Coordenadoria de Documentação daquele Poder, possam colaborar nos levantamentos destes materiais.O município de Antônio Carlos também quer se adequar às exigências do Ministério da Cultura para conseguir recursos federais com base no Estatuto do Museu, instituído por lei em 2009.Veja como ficou o Museu Municipal de Antônio Carlos acessando o endereço eletrônico: http://www.youtube.com/watch?v=NEis0rdKfy4&feature=youtu.beSaiba Mais:* O Museu Municipal de Antônio Carlos foi criado pela lei municipal nº 461 de 23 de novembro de 1990.* Raulino Reitz nasceu em Antônio Carlos – Santa Catarina a 19 de setembro de 1919, filho de Nicolau Adão Reitz e de Ana Wilvert Reitz.
Foi criador da FATMA (Fundação de Amparo à Tecnologia e Meio Ambiente) em 1975, seu presidente e diretor de projetos, e considerado o fundador da ecologia catarinense. Desde a década de 1940 se preocupava com a preservação ambiental.Membro de diversas entidades científicas no Brasil e no exterior, Prêmio Global 500 – o mesmo que foi conferido ao seringalista Chico Mendes. Foi sócio do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e membro da Academia Catarinense de Letras.