Uma verdadeira dilapidação do patrimônio público
As imagens falam por si. Elas foram feitas no pátio da Secretaria de Obras do município de Antônio Carlos em janeiro deste ano.Grande parte do que deveria ser a frota do município ficou assim: completamente sucateada e sem condições de uso.O ônibus que havia sido doado em perfeitas condições ao município e que hoje poderia ser utilizado no transporte de trabalhadores está destruído. O mesmo aconteceu com um caminhão, com uma carreta agrícola, com implementos agrícolas e outros materiais de construção e sinalização.Os carros, ou o que sobrou deles, estavam cobertos pelo mato, parecendo uma cena policial de abandono de veículos por bandidos.Só nos resta colocar o que sobrou deste maquinário a leilão, disse o secretário de Obras, Pedro Paulo Petry, surpreso com o estado em que encontrou estas máquinas e veículos.A secretária de Agricultura e Meio Ambiente, Marlise Mayer, também lastima o descaso da administração anterior com o maquinário. “Nossos produtores estão sendo prejudicados pelas péssimas condições dos acessos às suas propriedades e pela impossibilidade do poder público em atender aos pedidos”, destacou. O carro, modelo Parati, como pode ser verificado na foto, era usado pelo veterinário do município. O veículo estava sem freio, com os pára-choques traseiro e dianteiro, bem como o capo, amarrado com arame. O profissional temia pela sua vida e pela segurança das pessoas. Além do maquinário, o descaso e abandono também foram constatados no parquinho localizado próximo a creche nova na rua do rodeio (veja foto). Brinquedos cobertos de mato, pneus jogados e cheios de água, entre outros estragos, colocando em risco a saúde das crianças. População de Antônio Carlos desconhecia a realidadeO prefeito Antônio Paulo Remor estava evitando comentar fatos como este da dilapidação do patrimônio público, para evitar interpretações políticas. No entanto, disse, a população precisa tomar conhecimento da real situação em que encontramos a prefeitura, até mesmo para ter a compreensão a respeito do tempo que estamos levando para arrumar a casa e buscar recursos externos para investir no município. “Os recursos em caixa já estavam comprometidos, portanto, pegamos a prefeitura com o cofre zerado e dívidas à pagar” lamentou.Paulo Remor determinou ao secretariado que busque todas as condições legais para repor estes materiais e frota. A ordem é recuperar as estradas do interior e as pontes de madeira, dando condições de trafegabilidade e escoamento de produção, bem como ruas e praças.