Desfile Cívico homenageia Raulino Reitz, padre e botânico de Antônio Carlos

O Desfile Cívico realizado no último domingo (2), no Ginásio de Esportes Verde Vale, foi dedicado ao padre Raulino Reitz. As escolas da Rede Municipal de Ensino prepararam diversas homenagens ao antoniocarlense que, caso ainda estivesse vivo, completaria cem anos em 2019. Reitz, que fez contribuições importantes para a ciência, natureza, religião e muitas outras áreas, terá o seu centenário de nascimento comemorado a partir deste mês. Estão previstas festividades em Antônio Carlos, Blumenau, Brusque, Indaial, Itajaí e Itapema, onde faleceu, aos 71 anos.

 

No dia 29 de agosto, os alunos das escolas do município participaram de uma palestra sobre a vida e obra de Raulino Reitz. A atividade foi conduzida pelo Clube de Astronomia de Antônio Carlos – que leva o seu nome. Segundo a secretária de Educação e Cultura Lidiane Ventura Fraga, no aniversário de 99 anos de nascimento de Reitz (19 de setembro), haverá uma atividade no Auditório Sophia Mannes Besen. A inauguração das obras da Casa Hoffmann, que abrigará um memorial dedicado ao padre e botânico, deve acontecer ainda neste ano.

 

Biografia

 

O Padre Raulino Reitz, nascido em Antônio Carlos em 19 de setembro de 1919, se dedicou durante cinco décadas ao estudo da Botânica, e conviveu com personalidades importantes da ciência. Em paralelo às pesquisas, o sacerdote trabalhou em diversos municípios de Santa Catarina, como Turvo, Sombrio, Itajaí e Orleans, por exemplo, onde aproveitava as horas de folga para desbravar a natureza em busca de novas espécies.

 

Entre 1947 e 1971, Reitz lecionou no Seminário de Azambuja, em Brusque. Conhecido como “padre dos gravatás”, integrou a equipe de malariologia (entre 1949 e 1951) que realizou pesquisas na região Sul pelo Serviço Nacional de Malária. O levantamento botânico de Santa Catarina começou em 1951, culminando com a publicação da obra “Flora Ilustrada Catarinense”, em 1965.

 

Principal colaborador do Herbário Barbosa Rodrigues, em Itajaí, Reitz foi diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e um dos fundadores e vice-presidente da FATMA (hoje Fundação do Meio Ambiente). Em 1990, o padre recebeu o Prêmio Global 500, da ONU (Organização das Nações Unidas), no México.

 

Morto em 19 de novembro de 1990, em Itapema, Raulino Reitz deixou um legado em diversas áreas, sobretudo a científica, com 45 livros e 114 artigos publicados com foco em Botânica, Zoologia e Genealogia.